Dólar opera em alta e passa de R$ 4 pela primeira vez na história
Mercados aguardam votação de vetos em 'pauta bomba' no Congresso.
Nas casas de câmbio, moeda chega a R$ 4,50.
O dólar opera em alta nesta terça-feira (22) e passa a máxima histórica
de R$ 4. A alta vem na esteira das preocupações do mercado com votações
no Congresso e com a possibilidade de o Federal Reserve, o banco
central dos Estados Unidos, elevar os juros este ano.
DÓLAR PASSA DE R$ 4
Cotação é a maior da história
Às 12h, a moeda norte-americana tinha alta de 1,8%, vendida a R$ 4,0525. Veja a cotação
Veja a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, alta de 0,85%, a R$ 4,0107
Às 9h25, alta de 1,14%, a R$ 4,0264
Às 9h40, alta de 1,24%, a R$ 4,0303
Às 9h49, alta de 0,99%, a R$ 4,0205
Às 9h59, alta de 0,98%, a R$ 4,0197
Às 10h10, alta de 1,1%, a R$ 4,0249
Às 10h20, alta de 1,24%, a R$ 4,0304
Às 10h30, alta de 1,65%, a R$ 4,0464
Às 10h39, alta de 1,56%, a R$ 4,043
Às 10h50, alta de 1,52%, a R$ 4,0415
Às 11h, alta de 1,39%, a R$ 4,0364
Às 11h09, alta de 1,45%, a R$ 4,0385
Às 11h19, alta de 1,41%, a R$ 4,0371
Às 11h40, alta de 1,67%, a R$ 4,0472Às 11h50, alta de 1,7%, a R$ 4,0486
A cotação desta terça é a mais alta já registrada desde a criação do
real. Em 10 de outubro de 2002, o dólar chegou a ser vendido a R$ 4
durante o pregão, mas desacelerou a alta e fechou naquele dia a R$ 3,98.
A moeda norte-americana também tem forte alta contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Nas casas de câmbio, mais de R$ 4,50
Nas casas de câmbio, a disparada do dólar já mostra seus reflexos. Na
manhã desta terça-feira, a cotação chegava a R$ 4,50 no cartão pré-pago,
com o IOF de 6,38% incluído, na Confidence Câmbio. Em espécie, a moeda
sai por R$ 4,27. Na cotação, o dólar chegava a R$ 4,489 no cartão e a R$
4,276 em espécie (ambos com imposto incluído). Na Vips Turismo, os
valores eram de R$ 4,22 e R$ 4,45, respectivamente.
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Gastos no exterior
A disparada do dólar freia os gastos dos brasileiros no exterior.
Segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo BC, essas despesas caíram 46,2% em agosto, frente ao mesmo mês do ano anterior, para US$ 1,26 bilhão.
Votações
A partir das 19h desta terça-feira, o Congresso Nacional se reúne para decidir se mantém ou rejeita vetos da presidente Dilma a projetos que geram despesas e integram a chamada "pauta-bomba".
Alvo de grande preocupação do governo, eventual derrubada dos vetos vai
anular quase todo o esforço de corte de gastos que o governo anunciou
como parte do pacote de ajuste fiscal – R$ 26 bilhões – dificultando
ainda mais o reajuste das contas públicas e alimentando apostas de que o
país pode perder o selo de bom pagador por outras agências de
classificação de risco além da Standard & Poor's.
"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país
quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da
corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Juros dos EUA
Os mercados temem ainda que o Fed eleve as taxas de juros dos Estados
Unidos. A elevação da taxa, mantida nas mínimas históricas desde a crise
financeira internacional, deverá atrair recursos para os EUA, retirando
dólares do Brasil – e incentivando a alta na cotação da moeda.
O dólar subia globalmente após declarações de uma série de integrantes
do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem que podem
dar início ao aperto monetário ainda neste ano, após postergar na
semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia
global.
Ação do BC
Na segunda-feira, o Banco Central fez um leilão de venda de US$ 3
bilhões com compromisso de recompra. Mas a medida não foi suficiente
para interromper a alta na cotação do dólar frente ao real: a moeda
terminou o dia em alta de 0,57%, vendida a R$ 3,9809. No mês e no ano,
há alta acumulada de 9,75% e 49,73%, respectivamente.
O salto da moeda dos EUA alimentava nas mesas de câmbio que o Banco
Central pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações
mais altas tendem a pressionar a inflação. Na véspera, o BC realizou
leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar
ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história. E não
anunciou leilão de linha para esta sessão até o momento.
"(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real,
pois leilão de linha não faz mais preço", escreveu o operador da
corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.
O BC dá continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em
outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda
futura de dólares.
Expectativas
Segundo dados do boletim Focus, do Banco Central, a estimativa dos
analistas dos bancos é que a valorização do dólar perca força. A
projeção do mercado financeiro é que a taxa de câmbio chegue ao final do ano em R$ 3,86 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio subiu de R$ 3,80 para R$ 4.
Fonte : G1